quinta-feira, 2 de maio de 2013

Mercado plus size cresce e movimenta mais de R$ 4 bi no Brasil

Making of da Flaminga, loja online especializada em moda plus size

As empresas que passaram a criar roupas para mulheres acima do peso justificam a iniciativa com uma história que se repete: as lojistas tinham uma confecção de roupas femininas tradicionais e perceberam uma demanda crescente por tamanhos maiores.

"A linha plus size é uma das que mais cresce na nossa confecção", diz Edna Felipe, responsável pelo marketing da marca catarinense Lunender. "É um mercado carente e estamos apostando muito nessa linha, porque o retorno está sendo bem positivo."

Em todo o país esse mercado já movimenta anualmente cerca de R$ 4,5 bilhões, o que significa cerca de 5% do faturamento total do setor de vestuário em geral, que hoje ultrapassa os R$ 90 bilhões, segundo a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest).

Esse "boom" é impulsionado pelo crescente número de pessoas com sobrepeso no Brasil. Dados do IBGE apontam que praticamente metade dos adultos está acima do peso (51% dos homens e 48% das mulheres).

Diante desse cenário, grandes lojas de departamento também estão percebendo esse nicho e investindo no ramo. É o caso do Carrefour e da C&A, que lançou no fim do ano passado sua linha plus size, estrelada pela cantora Preta Gil.

"Identificamos uma oportunidade de melhor atender este segmento plus size e, buscando democratizar o acesso ao melhor das tendências mundiais para nosso público, criamos a coleção Special for You", diz Paulo Correa, vice-presidente comercial da C&A. "[A linha] está tendo uma avaliação do público e um desempenho muito significativo."

Além de marcas que vêm investindo na linha para gordinhas, há ainda um crescimento de confecções especializadas em moda plus size.

"Nos últimos três anos, nosso faturamento vem aumentando uma média de 30% ao ano", diz Vanessa Licciardi, da marca paulista Melinde, que faz apenas roupas com numeração do 42 a 54.

"Em 2012, ampliamos nossa produção de 43 mil para 50 mil peças", acrescenta Licciardi. "E no ano passado aumentamos em 20% nosso quadro de funcionários."
O crescimento desse mercado também se reflete na internet, como é o caso da recém-inaugurada loja online Flaminga, especializada em moda plus size.

"A maioria das gordinhas não tem prazer na compra física", afirma Sylvia Sendacz, sócia-proprietária da Flaminga. "Já online, elas não precisam passar pela humilhação de, no provador, ter de ficar pedindo um número maior para a vendedora."

A loja online também explora um outro nicho, o de moda plus size voltado para um público mais refinado. "Nosso desafio é convencer marcas para a classe A a investir em roupas de qualidade para gordinha, mostrar que é um desafio criar moda para elas", conta a empresária.

Outros nichos dentro da moda para gordinhas também estão florescendo. É o caso de marcas de biquinis, roupas de ginástica e de vestidos de festas e de noiva.

"A procura por meus modelos de numeração maior fez com que aumentássemos em 60% nossas peças plus size", comemora Edson Eddel, da marca de vestidos de noiva com o mesmo nome.

Fonte: Mariana Della Barba – Da BBC