O governo de Angola parece apostado em revitalizar a sua indústria têxtil, com vários projetos em curso para reabilitar antigas fábricas do sector algodoeiro. África Têxtil, Satec e Textang II são os três projetos em curso, com esta última a dever iniciar a fase de testes ainda neste primeiro trimestre.
O
governo angolano está a investir num programa de desenvolvimento da produção e
processamento do algodão, que passa pelo descaroçamento, fiação e pela
fabricação de tecidos. Dentro desse programa, os trabalhos de reabilitação das
empresas África Têxtil, em Benguela, e da Satec, na cidade do Dondo, no Kwanza
Norte, em Angola, arrancam ainda no primeiro trimestre deste ano, segundo a
Ministra da Indústria, Bernarda Henriques da Silva.
Segundo a diretora provincial da Indústria, Geologia e Minas em Benguela, Augusta Pinto, as obras de reabilitação, expansão e modernização da África Têxtil estão a decorrer a um ritmo satisfatório e, tal como planeado, deverão estar concluídas dentro de um ano.
De
acordo com a responsável, o projeto de recuperação da África Têxtil está na sua
terceira fase, que prevê a reabilitação da antiga fábrica e a construção de uma
outra unidade, numa área de 30 mil metros quadrados. Augusta Pinto revelou
ainda que, depois das obras, a África Têxtil poderá abrir com duas linhas de
confeção, uma das quais terá capacidade de produzir 350 mil toneladas de
colchas e 100 mil toalhas por ano. A unidade contará com naves de fiação de
algodão, tecelagem e acabamento de tecidos, estando igualmente prevista a
criação de 900 postos de trabalho diretos. Localizada no bairro da Fronteira, a
zona industrial do município de Benguela, a África Têxtil foi inaugurada em
1974 e parou a sua atividade entre 1998 e 1999. A falência total da unidade foi
declarada em 2000.
«A
entrada em funcionamento da fábrica vai permitir relançar a fiação de algodão e
tecelagem de tecidos na região», afirmou Augusta Pinto.
Já
em Luanda, a Textang II deverá realizar os primeiros testes ainda neste
primeiro trimestre de 2013, segundo a Ministra da Indústria, que adiantou ainda
que a fábrica, cuja recuperação está a cargo de técnicos japoneses, coadjuvados
por angolanos, deverá iniciar a produção no final do ano.
O
governo angolano tem ainda vindo a investir no fomento da produção de algodão
nas províncias do Kwanza Sul e de Malanje, através da instalação de fábricas de
descaroçamento e fiação de algodão, para dar respostas às necessidades da
indústria têxtil nacional, em fase de relançamento.
Fonte: Portugal Têxtil