Fonte: Uol
A inflação no Brasil em 2011 ficou em 6,5%, ficando no teto da meta
oficial do governo, divulgou o o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6). Em dezembro, a elevação foi de
0,5%. O resultado é o maior desde 2004 (quando fechou em 7,6%).
O centro da meta do governo para o ano era de 4,5%, podendo variar dois
pontos percentuais para cima ou para baixo. Sendo assim, o teto máximo
para a inflação era de 6,5%. Em 2010, a inflação registrada pelo IBGE
foi de 5,91%.
Os gastos com transportes (subiram 6,05%) foram os que tiveram a maior
alta no indicador, em razão do crescimento de preços de vários itens
importantes no orçamento das famílias, como passagens aéreas (52,91%) e
etanol (15,75%).
Apesar dos preços de alimentação e bebidas terem crescido menos (de
10,39% para 7,18%), este foi o grupo que exerceu o maior impacto no ano,
principalmente pelos gastos com alimentação fora de casa (10,49%). Em
seguida, aparecem os gastos com educação (8,06%) e empregados domésticos
(11,37%).
No primeiro ano de governo de Dilma Rousseff, o Banco Central (BC) realizou um processo de redução dos juros para estimular o crescimento.
Inflação tem desacelerado
Após atingir um pico de 7,31% em setembro, maior taxa em seis anos, a
inflação em 12 meses tem desacelerado por uma base de comparação
favorável e uma desaceleração econômica no Brasil e no exterior.
A baixa recente da inflação acumulada tem sido usada pelo BC como
justificativa para a redução dos juros nos últimos meses. A Selic está
atualmente em 11%, ante 12,50% em agosto, quando os cortes iniciaram, e
analistas esperam que a taxa siga caindo no início de 2012 para atingir
9,50%, de acordo com o relatório Focus divulgado nesta semana pelo BC.
A previsão do BC para a inflação em 2012, de acordo com o Relatório de
Inflação divulgado no fim de dezembro, é de 4,7% pelo IPCA. A próxima
reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para a definição da
Selic acontece em 17 e 18 de janeiro.
O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, já chegou a
afirmar, no entanto, que o BC está atento a pressões inflacionárias no
começo de 2013 e que, se necessário, a Selic poderia ser elevada
novamente. O comentário provocou a alta dos juros futuros mais longos.