sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cresce participação de pequenas e médias empresas em empréstimos do BNDES

Fonte: CACB

A participação das micro, pequenas e médias empresas nos empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) alcançou valor recorde em 2011. Os desembolsos do banco para o segmento representaram 40% do total (entre janeiro a outubro), o que mostra redução da concentração do crédito barato da instituição. O volume de recursos destinado às grandes empresas já chegou a 82% da carteira do BNDES e hoje está mais de 20 pontos percentuais mais baixo. 

No período, foram desembolsados R$ 40,6 bilhões às MPME´s, volume também considerado recorde pelo banco. Foram mais de 677 mil operações com valor médio de R$ 60 mil, número, porém, abaixo da média de todo o ano de 2010, que foi de R$ 80 mil.

Para o presidente da Associação Nacional de Sindicatos da Micro e Pequena Indústria, Joseph Couri, a maior distribuição de recursos entre os pequenos negócios é um sinal de que os tomadores estão usando o crédito barato do BNDES mais para capital de giro e investimentos marginais em vez de ampliação da capacidade com a compra de equipamentos de maior porte, o que geraria mais empregos. Para ele, as pequenas empresas precisam de prazos mais longos. 

“Alguns prazos do BNDES caíram de 10 para 5 anos. Não estimula o pequeno empresário a investir porque ele tem de pagar com o que produz. Se a prestação é alta, e ele não toma com medo de pagar. É preciso dar mais condições para as pequenas aproveitarem melhor o dinheiro do BNDES, que é maior barato para o investimento produtivo”, afirmou Couri. “De qualquer forma, aplaudimos o que o BNDES tem feito até agora em favor das pequenas empresas”, completa. 

O banco ainda não divulgou seu desempenho em todo o ano de 2011, mas a desaceleração na demanda por crédito no fim de ano deve reduzir o volume médio tomado pelas pequenas empresas. Apesar da previsão de diminuição entre 15% e 20% no desembolso total da instituição, o valor destinado as MPME´s deve ser um pouco acima dos R$ 45,7 bilhões verificados no ano anterior. O número de operações deve atingir 800 mil, aumento expressivo em relação as 568 mil registradas em 2010.