Fonte: CACB
A participação das micro, pequenas e médias empresas nos empréstimos
concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) alcançou valor recorde em 2011. Os desembolsos do banco para o
segmento representaram 40% do total (entre janeiro a outubro), o que
mostra redução da concentração do crédito barato da instituição. O
volume de recursos destinado às grandes empresas já chegou a 82% da
carteira do BNDES e hoje está mais de 20 pontos percentuais mais baixo.
No período, foram desembolsados R$ 40,6 bilhões às MPME´s, volume
também considerado recorde pelo banco. Foram mais de 677 mil operações
com valor médio de R$ 60 mil, número, porém, abaixo da média de todo o
ano de 2010, que foi de R$ 80 mil.
Para o presidente da Associação
Nacional de Sindicatos da Micro e Pequena Indústria, Joseph Couri, a
maior distribuição de recursos entre os pequenos negócios é um sinal de
que os tomadores estão usando o crédito barato do BNDES mais para
capital de giro e investimentos marginais em vez de ampliação da
capacidade com a compra de equipamentos de maior porte, o que geraria
mais empregos. Para ele, as pequenas empresas precisam de prazos mais
longos.
“Alguns prazos do BNDES caíram de 10 para 5 anos. Não estimula o
pequeno empresário a investir porque ele tem de pagar com o que produz.
Se a prestação é alta, e ele não toma com medo de pagar. É preciso dar
mais condições para as pequenas aproveitarem melhor o dinheiro do BNDES,
que é maior barato para o investimento produtivo”, afirmou Couri. “De
qualquer forma, aplaudimos o que o BNDES tem feito até agora em favor
das pequenas empresas”, completa.
O banco ainda não divulgou seu desempenho em todo o ano de 2011, mas a
desaceleração na demanda por crédito no fim de ano deve reduzir o volume
médio tomado pelas pequenas empresas. Apesar da previsão de diminuição
entre 15% e 20% no desembolso total da instituição, o valor destinado as
MPME´s deve ser um pouco acima dos R$ 45,7 bilhões verificados no ano
anterior. O número de operações deve atingir 800 mil, aumento expressivo
em relação as 568 mil registradas em 2010.