Protagonista
do episódio envolvendo a importação de lixo hospitalar americano, em
outubro do ano passado, a loja Império do Forro de Bolso, localizada em Santa
Cruz do Capibaribe, não existe mais. O local onde funcionava o estabelecimento
abriga agora uma revenda de automóveis e lanchas. O empresário Altair Teixeira
de Moura, apontado como responsável pela importação irregular, desapareceu da
cidade.
O
escândalo acertou em cheio a imagem do polo de confecções do agreste
pernambucano, formado por 13 municípios e que movimenta mais de R$ 3 bilhões
por ano. Principal empregador da região, o proprietário da grife de moda surfe
Rota do Mar, Arnaldo Xavier, admite ter ficado "em pânico" quanto aos
possíveis efeitos negativos do episódio sobre os negócios do polo.
"A
Rota do Mar nem usa forro de bolso, mas, mesmo assim, ficamos apavorados. A
imprensa caiu de pau na região, que já tinha certa imagem negativa, por conta
da informalidade", conta Xavier. Segundo ele, que garante ter todos os
seus funcionários regularizados, a informalidade é uma cultura local muito
difícil de ser combatida. "Muita gente prefere trabalhar por
conta própria, empregando parentes e amigos", afirma.
Xavier
observa, no entanto, que o episódio do lixo hospitalar já é página virada. Ele
não é o único empresário da região a dizer que, apesar do impacto inicial sobre
as vendas, o ocorrido acabou dando maior visibilidade ao polo. "Muita
gente que nunca tinha ouvido falar começou a vir para cá atrás dos preços
baixos."
Fonte: Valor Econômico