Foto: Gilmar de Souza/Agencia RBS
Apesar
das medidas de incentivo apresentadas pelo governo, queda no consumo interno e
entrada de produto estrangeiro prejudicam indústrias
Mesmo
com incentivo do governo de ampliar o crédito para indústria têxtil com
juros mais baixos, a expectativa é de redução nos negócios do setor no Brasil.
Em consequência da difícil situação enfrentada pelo setor em 2011 e da queda no
consumo interno neste ano, a indústria já trabalha em ritmo mais lento.
O
ano passado foi bastante difícil para o setor no Brasil. Além da baixa do
dólar, houve quebra de safra, que provocou escassez de algodão e,
consequentemente, aumento no preço da matéria-prima. A redução no processamento
da fibra foi de 14%, enquanto que nas vendas de confecções a queda foi de 5%.
Neste ano, a alta da moeda norte-americana possibilitou o aumento da oferta do
produto no mercado, tornando o algodão mais barato. No entanto, as indústrias
estão descapitalizadas e precisam enfrentar a redução da demanda.
Com
a desaceleração no consumo, a indústria de confecção de tecidos não está mais
estocando. Primeiro, fecham contrato com clientes e depois produzem o material
necessário para atender somente as encomendas. Além disso, a redução na cotação
do algodão, mudança que não chegou até a indústria, e a entrada de produto
estrangeiro também são motivos que prejudicam o setor no país.
Objetivando
incentivar as indústrias, o governo liberou há dois meses crédito via BNDES. Na
última semana, o Conselho Monetário Nacional reduziu as taxas de juros de 9%
para 8%. Entretanto, as indústrias afirmam que os valores seriam necessários
para capital de giro e não para investimento.
Outro
problema para o setor pode acontecer no início da cadeia produtiva. Atualmente
60% da produção brasileira de algodão é exportada, enquanto o restante é
destinado ao mercado interno. A maior parte das comercializações é com a China,
que beneficia o algodão e vende a maior parte para a Europa. Com o cenário de
crise, a possibilidade de queda no consumo europeu também preocupa as
indústrias. Segundo o analista de mercado Marcio Freitas, os contratos para
este ano estão fechados, mas podem haver prorrogações de compras, deixando
alguns para o ano que vem.
Fonte: Canal Rural