A
notícia de que a indústria da moda consume 3% de toda a água disponível no
mundo chega a assustar, ainda mais quando se constata que toda essa água é
utilizada, por exemplo, para as lavagens das calças jeans. Diante desse
cenário, a gerente de novos negócios da WGSN Brasil – empresa especializada em
pesquisa de tendências de comportamento de consumo, Clarissa Araújo, reforça a
ideia de que hoje não é possível fugir das ações sustentáveis.
“A
sustentabilidade já é um assunto bastante discutido, mas ainda não poucas
empresas do segmento da moda que adota medidas que busquem minimizar os
impactos no meio ambiente”. Clarissa Araújo foi uma das palestrantes no segundo
dia do Vitória Moda Show 2012, com o tema “Sustentabilidade e moda”.
Na
palestra, proferida na tarde desta quinta-feira (26), a gerente lembrou, no
entanto, que a sustentabilidade não envolve apenas poupar água, e sim todo o
processo de produção das vestimentas até a escolha dos materiais. Segundo
Clarissa, a tecnologia também pode ser uma grande aliada para que a indústria
têxtil brasileira consiga desenvolver ações mais sustentáveis. “O mercado
nacional tem muita potencialidade, pois os brasileiros são muito criativos”,
frisa a gerente. Ela também ressalta que o Brasil é a “bola da vez” e só está
precisando investir e valorizar mais as marcas nacionais.
“Acredito
que o maior entrave para que a moda brasileira seja mais sustentável é a falta
de mecanismos de cobrança. O governo precisa ser mais rigoroso com as empresas,
assim como já é no caso da proibição do despejo de tinta nos rios, por
exemplo”. A gerente da WGSN Brasil reafirma a importância do próprio consumidor
ser um agente regulador das ações sustentáveis das empresas.
“Na
hora de comprar, é o cliente quem escolhe se vai dar lucro para uma organização
poluente ou não. Então, está nas mãos dos próprios consumidores a
sustentabilidade no mundo da moda”. Ainda segundo ela, é melhor começar a ser
sustentável enquanto não é obrigatório, pois quando começarem a proibir algumas
ações vai ser mais difícil se adaptar de uma hora para outra.
Fonte: ES HOJE