segunda-feira, 9 de julho de 2018

Indústria está pouco preparada para a Revolução Digital


Estudo da consultoria IDC avalia que os segmentos de manufatura, incluindo o têxtil, e o de comércio, abrangendo o varejo, têm um longo caminho a percorrer na área de automação

Empresas brasileiras das áreas de indústria, comércio, finanças e serviços estão pouco preparadas para a transformação digital. Uma pesquisa realizada pela consultoria IDC com o patrocínio da Dell EMC e da Intel, chamada de Indicador de Transformação da TI, concluiu que, em uma escala de 0 a 100, as companhias instaladas no Brasil atingiram a média de 43,7 pontos, mostrando que têm um longo caminho a percorrer até que o ambiente tecnológico esteja completamente preparado para suportar as demandas por digitalização. O segmento de Comércio teve nota 40,1, que abrange o varejo; Finanças 45,2; Manufatura 44, incluindo a indústria têxtil, e Serviços, que teve nota 43.


O estudo entrevistou 250 profissionais responsáveis pela decisão de compra da infraestrutura de tecnologia da informação (TI) de empresas privadas com mais de 250 funcionários. A análise, realizada no segundo semestre de 2017, avaliou três grandes indicadores essenciais para a maturidade dos ambientes tecnológicos para suportar a transformação digital dos negócios: Processos Internos e Cultura, Automação de Processos e Modernização da Infraestrutura.

De acordo com o estudo, a Automação de Processos foi o tema com os mais baixos resultados (média de 33,9 pontos) entre os indicadores. Em seguida estão a Modernização da Infraestrutura (com 42 pontos) e os Processos Internos e Cultura (com 55,2 pontos).

INOVAÇÃO A PASSOS LENTOS

Para suportar a digitalização dos negócios são necessárias infraestruturas flexíveis e escaláveis, com processos automatizados, explica Marcelo Medeiros, vice-presidente da divisão de Soluções Computacionais e de Redes da Dell EMC durante a apresentação da pesquisa no último dia 1º, em São Paulo. O estudo mostra que a virtualização tem sido o principal ponto avaliado pelos gestores da infraestrutura de TI para automação e gestão dos ambientes, e para ter mais flexibilidade de modo a atender novas demandas. 

Os servidores têm sido um dos recursos mais virtualizados pelas empresas, com 67% dos entrevistados indicando que apresentam de 51% a 100% do processamento em máquinas virtuais. Em contrapartida, os equipamentos de rede aparecem como um dos recursos menos virtualizados, com mais da metade dos entrevistados não utilizando esse ambiente.

Apesar de o estudo demonstrar que Processos Internos e Cultura são o tema mais bem posicionado pelas organizações para suportar a transformação digital, apenas 19% dos entrevistados afirmam realizar a análise de ROI (retorno sobre investimento) de 100% dos projetos de TI, mostrando a dificuldade enfrentada de comprovar resultados para as áreas de negócio.

Ainda de acordo com o levantamento, mais de 47% das empresas investem acima de 60% dos orçamentos de TI no legado e menos de 40% em iniciativas de transformação ou associadas à inovação. Segundo Pietro Delai, gerente de pesquisa e consultoria da IDC, o estudo trouxe uma visão interessante dos próprios gestores de TI, que se sentem melhor avaliados pelas áreas de negócio quando investem mais em inovação que no legado.

Fonte: GBL Jeans