Assim
como na primeira grande transformação dos meios de produção, o setor têxtil
está novamente atuando como protagonista nesta 4ª Revolução Industrial.
O
futuro já chegou à indústria da moda. A forma de fazer e de consumir moda vem
passando por diversas transformações e a movimentação para pôr em prática os
processos de criação e produção da roupa que vamos ver nas ruas daqui a poucos
anos está a todo vapor. Bem-vindo, portanto, à 4ª Revolução Industrial.
Assim
como na primeira grande transformação dos meios de produção, que resultou na
Revolução Industrial no século XVIII na Inglaterra, o setor têxtil está
novamente atuando como protagonista nesta 4ª Revolução Industrial que está
diante de nossos olhos. A primeira planta piloto de Confecção 4.0 foi criada no
Brasil no ano passado e desde então vem funcionando como uma escola modelo para
que empresários, executivos, designers e demais representantes das cadeias
têxtil, de confecção e moda conheçam as novas tecnologias que vão transformar
os processos de manufatura, com inovação e interação entre a automação e a
“internet das coisas”. A conectividade é a chave para toda essa transformação.
A
movimentação que vem ocorrendo internacionalmente é extremamente veloz. Hoje
temos em pesquisa avançada a reciclagem de materiais para transformação em
fibras têxteis, por exemplo, além da "Wearable Technology" - ou
“Tecnologia Vestível” –, em que a tendência são roupas e acessórios
confeccionados com tecidos e materiais inteligentes, capazes de captar a
energia solar e cinética para alimentar os wearables instalados na trama do
material. E como é possível produzir isso tudo? IoT (Internet of Things) – ou
Internet das Coisas – é a resposta. Máquinas, sistemas e produto final
totalmente conectados de acordo com a necessidade de cada consumidor. A forma
de consumir roupa está mudando e o cliente quer, cada dia mais, produtos
personalizados, exclusivos, que atendam às suas necessidades específicas. Seja
uma blusa que muda de cor ao toque de um botão ou uma que monitore a pressão
arterial, ou até mesmo uma calça na qual a trama do tecido tenha sensores que
monitoram e auxiliam os exercícios físicos, como um personal trainer de
inteligência artificial.
Tenho
rodado continentes e fico satisfeito em constatar que caminhamos lado a lado
com o que há de melhor no mundo em termos de Indústria 4.0. As empresas
brasileiras estão percebendo a necessidade de absorver as novidades. O
empresariado têxtil já se movimenta para acompanhar essa transformação e não
perder o bonde da história. Atualmente, mais de 40 CEOs e executivos de
indústrias têxteis e de confecção de todo o país estão unidos para elaborar os
primeiros projetos brasileiros em Confecção 4.0 por meio do MBI em Industria
4.0 promovido pelo SENAI CETIQT, instituição do Rio de Janeiro que é referência
em tecnologia, consultoria e formação de mão de obra para o setor têxtil.
O
caminho é longo, mas já começou com ações pontuais em todo o mundo. Porém a
implantação de todo o processo, aos moldes da Confecção 4.0, deve acontecer nos
próximos anos. Alemanha e Estados Unidos, que são os precursores, também não
estão prontos ainda. Mas no Brasil o tiro de largada já foi dado. E estamos
começando da forma certa. É preciso automatizar nossas fábricas para
produzirmos dentro de processos mais sustentáveis, com menos perdas e geração
de resíduos, maiores garantias de qualidade e valor agregado ao produto final.
A
indústria têxtil e da moda está unida, dividindo aprendizado, buscando a troca
de informações conjuntas, com garra para fortalecer a cadeia como um todo, a
fim de tornar realidade também no Brasil este novo ciclo produtivo, a 4ª
revolução industrial. O sonho está se materializando. Começamos a dar corpo a
uma comunidade empresarial que pode construir na prática a fábrica do futuro.
Para isso estamos unindo várias competências. Essa é a hora de repensar,
reformular, adequar – e, por que não dizer, superar e surpreender – na
descoberta de fontes, tecnologias e novas formas de atuar e produzir. É o
futuro que começa a se transformar em presente; uma grande oportunidade para se
desenhar o novo parque fabril brasileiro.
Robson Wanka — Gerente
de Educação do SENAI CETIQT; formado em Engenharia Industrial Elétrica, com
mestrado em Metrologia Científica e Industrial. Possui 20 anos de experiência
em empresas multinacionais e nacionais de grande porte dos segmentos de
tecnologia, infraestrutura, energia, educação e consultoria. Coordenou o
projeto de implantação no SENAI CETIQT da primeira Planta Industrial de
Confecção 4.0 do Brasil.
Fonte: Textile
Industry