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O assunto dos estupros indianos novamente atraiu a atenção mundial. Desta vez, felizmente, o assunto de ampla discussão não foi mais uma história chocante de abuso contra mulheres, mas uma rara ocasião quando duas jovens indianas decidiram proteger a si e a suas compatriotas.
Estudantes
de uma faculdade privada de engenharia de Varanasi, Rijul Pandey e Shalini
Yadav, contaram ao jornal britânico The Guardian sobre a sua invenção. São
roupas especiais para impedir um potencial estuprador de cometer um crime.
Sapatos
que serão equipados com eletrochoques e serão capazes de enviar um sinal de
alarme para telefones celulares de parentes e amigos. Jeans com um botão SOS
embutido. E, finalmente, sutiãs que permitem em caso de ataque não só ferir o
estuprador, mas também entrar em contato com a polícia através de GPS.
Hoje na
Índia, um novo estupro é cometido a cada 22 minutos. E as estatísticas mostram
que entre outros estados Uttar Pradesh é um dos mais desfavorecidos. Desde
janeiro até março deste ano, em Uttar Pradesh foram cometidos 734 estupros – um
terço a mais do que no ano passado. “A situação só está piorando”, diz o
principal ministro de Uttar Pradesh Akhilesh Yadav.
Esta
estatística é mais uma explicação de porquê futuras engenheiras de Varanasi
decidiram inventar meios especiais contra estupradores. Quanto maior a ameaça –
tanto mais forte o desejo de a evitar. As invenções de Rijul Pandey e Shalini
Yadav podem, certamente, vir a ser meios improvisados úteis na luta contra
estupradores, diz o colunista da Voz da Rússia Serguei Tomin:
“Mas
não devemos entrar em ilusões – não pode haver nenhuma solução de engenharia
para o problema dos estupros indianos. E não se trata apenas de que milhões de
mulheres indianas continuam a viver a um tal nível de consumo que no futuro
previsível simplesmente não lhes permitirá obter jeans com botão SOS ou sutiãs
ligados ao GPS. Pois muitos estupros são cometidos em áreas remotas da Índia,
onde as “tecnologias inteligentes do século XXI” não costumam chegar assim tão
rápido”.
A
principal tarefa é encontrar a causa da doença definida como uma “epidemia de
estupros” e não apenas aliviar seus sintomas usando uns ou outros “brinquedos
de engenharia”.
Além
disso, o país necessita de um programa abrangente de erradicação deste mal
social, que inclua não só o aperfeiçoamento da prática da aplicação da lei, mas
também uma vasta gama de medidas de natureza social e educacional.
A
iniciativa das estudantes de Varanasi é de admirar. Mas a luta contra os
estupros, finalmente, deve se tornar uma causa para todo o país.
Fonte: Rádio Voz da Rússia