Diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel, analisou conjuntura do setor durante reunião-almoço da CIC - Foto: Julio Soares/Objetiva |
O
Brasil é o quarto maior produtor mundial de vestuário e o quinto maior produtor
mundial de têxteis. Apesar da posição no ranking global e do potencial interno,
já que está presente em todo o território nacional, o setor, desde 2010, não
atravessa um bom momento. A análise é do diretor-superintendente da Associação
Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, (Abit), Fernando Valente
Pimentel, durante a reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços
de Caxias do Sul (CIC), desta segunda-feira (24). A Abit trabalha com uma
agenda prioritária, que inclui atuar no fortalecimento da confecção, na defesa
comercial, nas negociações internacionais e no custo da infraestrutura e que
busca recuperar a importância do setor para o desenvolvimento do País. "O
último ano que nos trouxe alegria foi 2010", afirmou Pimentel.
O
principal desafio está em equilibrar o saldo da balança comercial, negativo em
virtude, principalmente, da concorrência com produtos asiáticos. No ano
passado, as importações atingiram US$ 6,6 bilhões, contra exportações de apenas
US$ 1,3 bilhão. A importação de vestuário, comentou, é o maior drama do setor,
já que houve um aumento de 23 vezes nos últimos dez anos, passando de US$ 100
milhões para US$ 2,285 bilhões. "Deveríamos estar exportando de seis a
sete bilhões de dólares", lamentou o executivo da Abit.
Com 33 mil empresas, o setor representa quase 5% do PIB da indústria de transformação e mais de 10% dos empregos, com 1,66 milhão de postos formais de trabalho. O faturamento, em 2012, foi de aproximadamente US$ 60 bilhões. A produção, que vem caindo acentuadamente desde 2010, já é 4,8% menor para têxteis e 2% menor para confecções, no primeiro quadrimestre de 2013.
Entre
as propostas para o aumento da competitividade da cadeia de têxtil e confecção,
defendidas pela Abit junto à Frente Parlamentar Mista José de Alencar em Defesa
da Indústria Nacional, estão a não-tributação dos investimentos produtivos;
alongamento dos prazos de pagamentos de impostos, criação de linhas de crédito
para atenuar os impactos dos aumentos das matérias-primas e implantação do
Regime Tributário Competitivo para a Confecção (RTCC). "Esta indústria que
ser reconhecida e admirada pela relevância econômica, política e social de suas
atividades, competitiva globalmente e exportadora de destaque no cenário
mundial", concluiu o diretor-superintendente da Abit.
Os
protestos pelo País repercutiram durante a reunião-almoço da CIC desta
segunda-feira. Vários empresários se pronunciaram em apoio às manifestações e
em apoio ao presidente da entidade, Carlos Heinen, que mais uma vez em seu
discurso criticou a alta carga tributária, os atos de corrupção, a falta de
investimentos em áreas básicas e o excesso de leis punitivas às classes
empresarial e de trabalhadores.
Fonte:
Assessoria de Imprensa da CIC