quarta-feira, 26 de junho de 2013

Indústria têxtil e de confecção quer recuperar mercado global

Diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel, analisou conjuntura
do setor durante reunião-almoço da CIC - Foto: Julio Soares/Objetiva

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de vestuário e o quinto maior produtor mundial de têxteis. Apesar da posição no ranking global e do potencial interno, já que está presente em todo o território nacional, o setor, desde 2010, não atravessa um bom momento. A análise é do diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, (Abit), Fernando Valente Pimentel, durante a reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), desta segunda-feira (24). A Abit trabalha com uma agenda prioritária, que inclui atuar no fortalecimento da confecção, na defesa comercial, nas negociações internacionais e no custo da infraestrutura e que busca recuperar a importância do setor para o desenvolvimento do País. "O último ano que nos trouxe alegria foi 2010", afirmou Pimentel.

O principal desafio está em equilibrar o saldo da balança comercial, negativo em virtude, principalmente, da concorrência com produtos asiáticos. No ano passado, as importações atingiram US$ 6,6 bilhões, contra exportações de apenas US$ 1,3 bilhão. A importação de vestuário, comentou, é o maior drama do setor, já que houve um aumento de 23 vezes nos últimos dez anos, passando de US$ 100 milhões para US$ 2,285 bilhões. "Deveríamos estar exportando de seis a sete bilhões de dólares", lamentou o executivo da Abit.

Com 33 mil empresas, o setor representa quase 5% do PIB da indústria de transformação e mais de 10% dos empregos, com 1,66 milhão de postos formais de trabalho. O faturamento, em 2012, foi de aproximadamente US$ 60 bilhões. A produção, que vem caindo acentuadamente desde 2010, já é 4,8% menor para têxteis e 2% menor para confecções, no primeiro quadrimestre de 2013.

Entre as propostas para o aumento da competitividade da cadeia de têxtil e confecção, defendidas pela Abit junto à Frente Parlamentar Mista José de Alencar em Defesa da Indústria Nacional, estão a não-tributação dos investimentos produtivos; alongamento dos prazos de pagamentos de impostos, criação de linhas de crédito para atenuar os impactos dos aumentos das matérias-primas e implantação do Regime Tributário Competitivo para a Confecção (RTCC). "Esta indústria que ser reconhecida e admirada pela relevância econômica, política e social de suas atividades, competitiva globalmente e exportadora de destaque no cenário mundial", concluiu o diretor-superintendente da Abit.

Os protestos pelo País repercutiram durante a reunião-almoço da CIC desta segunda-feira. Vários empresários se pronunciaram em apoio às manifestações e em apoio ao presidente da entidade, Carlos Heinen, que mais uma vez em seu discurso criticou a alta carga tributária, os atos de corrupção, a falta de investimentos em áreas básicas e o excesso de leis punitivas às classes empresarial e de trabalhadores.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC