quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Originalidade é a arma para o pequeno negócio crescer no concorrido mercado da moda

(Foto: Andre Lessa/Estadão)

Pequenos empresários precisam de criatividade e improviso
para superar os obstáculos ainda sem solução no segmento


ROBERTA CARDOSO, ESTADÃO PME

Na moda, usar a criatividade é fundamental. O requisito, básico para a concepção e desenvolvimento de coleções, também tem outra função para pequenos empreendedores que decidem investir no setor: a sobrevivência de suas marcas. “O grande trunfo do estilista é usar a criatividade”, reforça Valdemar Iódice, presidente da Associação Brasileira de Estilistas (Abest).

Estilistas à frente de empresas de pequeno porte atuam em um setor que trabalha para atender a produção em massa e, por isso mesmo, precisam buscar alternativas originais para ganhar competitividade em um segmento onde as grandes marcas já estão organizadas e amparadas por fundos de investimentos.

“O mercado é dominado por empresas que fabricam tecidos em grande escala, como Viscolycra. Para trabalhos mais autorais faltam opções sofisticadas”, analisa Fernanda Yamamoto, dona de uma loja que leva o seu nome em São Paulo.
Uma das saídas para os donos de pequenos negócios é unir-se com outras empresas, garimpar oportunidades no setor e adaptar-se às coleções que serão produzidas. “Fazer parcerias com malharias ajuda. Isso exige esforço de ambas as partes”, afirma Fernanda Yamamoto.

Mas até nessa estratégia há problemas. “Importar, às vezes, é a única solução, mas o custo é alto e nem sempre podemos contar com o fornecimento de um mesmo tecido, o que nos obriga a fazer edições limitadas”, conclui a estilista.
E os obstáculos diários de quem atua no segmento interferem na administração dos negócios. “É frustrante e torna a vida do profissional mais complicada. Não há opções e existe demanda, existem clientes”, conta o estilista João Pimenta. Especializado em moda masculina, João sente o impacto direto da falta de preparo da indústria para atender as necessidades do mercado.

Fonte: Estadão PME