Repleto
de pequenas empresas, setor tenta unir forças para aparar arestas como falta de
inovação e globalização
ROBERTA
CARDOSO, ESTADÃO PME
(Foto: Washinton Alves/Estadão)
Para
Ronaldo Fraga, o mercado pede que a
moda seja vista hoje como arte e negócio |
A
definição de moda como identidade cultural, artística e comportamental de um
país é ampla. No Brasil, ainda mais. Pelo tamanho e importância, o setor é uma
potente locomotiva da economia nacional que estima faturar algo em torno de R$
135,7 bilhões em 2012. São aproximadamente 30 mil empresas formais, boa parte
delas de pequeno porte, apenas na cadeia têxtil e de confecção.
Apesar
dos números, o mercado da moda no Brasil encara um desafio proporcional ao seu
tamanho. Por meio do amadurecimento da gestão, tenta aparar arestas que ficaram
abertas por falta de investimentos em inovação e em uma cultura voltada para
atender o mercado externo.
A
busca por avanços de toda a cadeia produtiva do setor de moda beneficia
diretamente as pequenas empresas. Se estiverem estruturadas para atender uma
demanda maior, há oportunidades na indústria têxtil, com o desenvolvimento de
tecidos mais sofisticados e modernos; na confecção para grandes players do
varejo, que podem internacionalizar suas marcas, e até no fornecimento de
artesanato para compor coleções de grandes grifes.
Pensando
nisso, a meta estipulada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT)
é promover o quanto antes uma integração maior da cadeia produtiva e, dessa
maneira, competir de igual para igual com o mercado estrangeiro, principalmente
o asiático.
“Os
impactos de eventos econômicos de escala mundial afetam o setor, que precisa
entender as novas demandas e exigências de mercado como oportunidades a serem
exploradas, principalmente no design de moda praia, fitness e lingerie”,
analisa Rafael Cerrone Netto, diretor-executivo da ABIT.
Além
da integração proposta pela indústria, há mais ações para beneficiar os
empreendedores. “Estamos fazendo uma parceria com o Sebrae, dentro da São Paulo
Fashion Week (SPFW), com uma incubadora. A ideia é disseminar conhecimentos de
gestão e tentar mostrar aos jovens estilistas e empresários da cadeia o quanto
um não funciona sem o outro”, explica Graça Cabral, do Grupo Luminosidade,
responsável pela organização da semana de moda.
Fonte: Estadão PME