quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Empresas do segmento de moda passam por ajustes para então competir no mercado global


Repleto de pequenas empresas, setor tenta unir forças para aparar arestas como falta de inovação e globalização

ROBERTA CARDOSO, ESTADÃO PME

(Foto: Washinton Alves/Estadão)
Para Ronaldo Fraga, o mercado pede que a
moda seja vista hoje como arte e negócio
A definição de moda como identidade cultural, artística e comportamental de um país é ampla. No Brasil, ainda mais. Pelo tamanho e importância, o setor é uma potente locomotiva da economia nacional que estima faturar algo em torno de R$ 135,7 bilhões em 2012. São aproximadamente 30 mil empresas formais, boa parte delas de pequeno porte, apenas na cadeia têxtil e de confecção.

Apesar dos números, o mercado da moda no Brasil encara um desafio proporcional ao seu tamanho. Por meio do amadurecimento da gestão, tenta aparar arestas que ficaram abertas por falta de investimentos em inovação e em uma cultura voltada para atender o mercado externo.

A busca por avanços de toda a cadeia produtiva do setor de moda beneficia diretamente as pequenas empresas. Se estiverem estruturadas para atender uma demanda maior, há oportunidades na indústria têxtil, com o desenvolvimento de tecidos mais sofisticados e modernos; na confecção para grandes players do varejo, que podem internacionalizar suas marcas, e até no fornecimento de artesanato para compor coleções de grandes grifes.
Pensando nisso, a meta estipulada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) é promover o quanto antes uma integração maior da cadeia produtiva e, dessa maneira, competir de igual para igual com o mercado estrangeiro, principalmente o asiático.
“Os impactos de eventos econômicos de escala mundial afetam o setor, que precisa entender as novas demandas e exigências de mercado como oportunidades a serem exploradas, principalmente no design de moda praia, fitness e lingerie”, analisa Rafael Cerrone Netto, diretor-executivo da ABIT.

Além da integração proposta pela indústria, há mais ações para beneficiar os empreendedores. “Estamos fazendo uma parceria com o Sebrae, dentro da São Paulo Fashion Week (SPFW), com uma incubadora. A ideia é disseminar conhecimentos de gestão e tentar mostrar aos jovens estilistas e empresários da cadeia o quanto um não funciona sem o outro”, explica Graça Cabral, do Grupo Luminosidade, responsável pela organização da semana de moda.

Fonte: Estadão PME