segunda-feira, 30 de julho de 2012

Indústria têxtil é responsável pelo consumo de 3% de toda a água do planeta


A notícia de que a indústria da moda consume 3% de toda a água disponível no mundo chega a assustar, ainda mais quando se constata que toda essa água é utilizada, por exemplo, para as lavagens das calças jeans. Diante desse cenário, a gerente de novos negócios da WGSN Brasil – empresa especializada em pesquisa de tendências de comportamento de consumo, Clarissa Araújo, reforça a ideia de que hoje não é possível fugir das ações sustentáveis.

“A sustentabilidade já é um assunto bastante discutido, mas ainda não poucas empresas do segmento da moda que adota medidas que busquem minimizar os impactos no meio ambiente”. Clarissa Araújo foi uma das palestrantes no segundo dia do Vitória Moda Show 2012, com o tema “Sustentabilidade e moda”.

Na palestra, proferida na tarde desta quinta-feira (26), a gerente lembrou, no entanto, que a sustentabilidade não envolve apenas poupar água, e sim todo o processo de produção das vestimentas até a escolha dos materiais. Segundo Clarissa, a tecnologia também pode ser uma grande aliada para que a indústria têxtil brasileira consiga desenvolver ações mais sustentáveis. “O mercado nacional tem muita potencialidade, pois os brasileiros são muito criativos”, frisa a gerente. Ela também ressalta que o Brasil é a “bola da vez” e só está precisando investir e valorizar mais as marcas nacionais.

“Acredito que o maior entrave para que a moda brasileira seja mais sustentável é a falta de mecanismos de cobrança. O governo precisa ser mais rigoroso com as empresas, assim como já é no caso da proibição do despejo de tinta nos rios, por exemplo”. A gerente da WGSN Brasil reafirma a importância do próprio consumidor ser um agente regulador das ações sustentáveis das empresas.

“Na hora de comprar, é o cliente quem escolhe se vai dar lucro para uma organização poluente ou não. Então, está nas mãos dos próprios consumidores a sustentabilidade no mundo da moda”. Ainda segundo ela, é melhor começar a ser sustentável enquanto não é obrigatório, pois quando começarem a proibir algumas ações vai ser mais difícil se adaptar de uma hora para outra.

Fonte: ES HOJE