Fonte: CACB
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu
R$ 49,8 bilhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas em
2011, o equivalente a 36% dos desembolsos totais do banco. Foi um
recorde. O mesmo volume de recursos já está garantido para 2012.
Quando o BNDES repassa seus recursos diretamente ao projeto financiado,
os juros ficam em 10,47% ao ano para pequenas empresas. O valor é
resultado da soma da TJLP (6% ao ano), da remuneração do BNDES (0,9% ao
ano) e da taxa de risco de crédito (que fica, no máximo, em 3,57% ao
ano).
Porém, na maioria das vezes, o BNDES repassa seus recursos para outras
instituições financeiras. E os bancos, por sua vez, concedem o crédito
mediante cobrança de taxas adicionais sobre os empréstimos e
financiamentos. Por isso, os juros de uma mesma linha de crédito podem
variar de instituição para instituição. E também de cliente para
cliente, dependendo do seu relacionamento com o banco.
Porém, por contarem com subsídio do governo, as linhas de crédito do
BNDES costumam ter as menores taxas do mercado. O principal produto que o
banco estatal oferece às pequenas empresas é o Cartão BNDES. As
liberações do Cartão atingiram R$ 7,6 bilhões em 2011, com aumento de
76% em relação a 2010. Além do cartão, o banco ainda possui linhas de
crédito para aquisição de máquinas e materiais, investimentos, capital
de giro, exportação e inserção internacional.
Mas antes de recorrer ao crédito, é preciso tomar alguns cuidados. Por
mais interessante que seja, um financiamento bancário não pode colocar
em risco a saúde financeira da empresa. Segundo o Sebrae, o principal
erro cometido por muitos empreendedores é buscar crédito em situações em
que a empresa já está em uma fase financeira delicada. Crédito deve ser
uma forma de impulsionar o crescimento da empresa, e não um
tapa-buraco.
Outro problema comum quando a empresa pleiteia o crédito é a falta de
documentação. A informalidade, o descumprimento das obrigações legais e o
desconhecimento fazem com que muitos empreendedores tenham dificuldade
de ter crédito aprovado junto aos bancos. Além dos documentos pessoais
básicos e da empresa, os bancos também costumam pedir uma declaração de
rendimento dos sócios, cópias dos três últimos balanços e as últimas 12
DARF's relativas ao recolhimento do Simples.
No caso do BNDES, a empresa ainda deve comprovar estar em dia com os
órgãos e entidades da Administração Pública Federal, não estar inscrito
no Cadastro Informativo do Ministério da Fazenda (CADIN) e apresentar as
certidões negativas de INSS, FGTS e IR.
Antes de fazer um empréstimo, também é importante calcular o tempo de
retorno esperado. Todo o cálculo deve ser feito minuciosamente para que o
empresário evite atrasar o pagamento das prestações ou cometa um erro
grave, porém, comum: fazer um financiamento para pagar outro.
Confira as principais linhas de crédito que o BNDES oferece às pequenas empresas:
Cartão BNDES
O que é: crédito pré-aprovado, de até R$ 1 milhão, para aquisição de
produtos credenciados noPortal de Operações do Cartão BNDES. A taxa de
juros atual é de 0,97% ao mês.
BNDES Automático
O que é: financiamento, de até R$ 20 milhões, a projetos de
implantação, expansão e modernização de empreendimentos, em qualquer
setor de atuação.
Prazo de carência: até 6 meses após a data de entrada em operação do empreendimento.
Aquisição de bens de capital
O que é: crédito para compra de máquinas e equipamentos nacionais novos com valor de até R$ 10 milhões.
Prazo de carência: dois anos para aquisição de máquinas e equipamentos e
de, no máximo, um ano para aquisição de bens de informática por
qualquer tipo de indústria.
Capital de giro isolado
O que é: recursos usados como capital de giro, limitado em 20% da
receita operacional bruta da empresa. Exclusivo para a indústria.
Prazo de carência: de 1 a 12 meses.
Exim Pré-embarque
O que é: crédito para produção de bens e serviços destinados à exportação
Prazo de carência: até 1 ano.