Fonte: Valor Econômico
O conteúdo compartilhado nas redes sociais pode ser responsável tanto pela
eliminação quanto pela contratação de um profissional, aponta pesquisa feita
pela Reppler, consultoria especializada em gerenciamento de imagem nas mídias
sociais. Segundo levantamento realizado com 300 recrutadores americanos, 69%
deles já rejeitaram candidatos baseados em informações encontradas em sites como
LinkedIn, Facebook e Twitter. Ao mesmo tempo, um número semelhante (68%) diz já
ter contratado pessoas por causa da boa impressão causada pelos perfis criados
nessas redes.
No caso de rejeição, as razões dadas pelos recrutadores para não contratar
variam e vão desde aspectos da vida pessoal compartilhados nas redes, como
postagem de fotos e comentários impróprios, discriminatórios ou relacionados ao
uso de drogas e álcool, até “gafes” profissionais, como comentários negativos
sobre empregadores anteriores, compartilhamento de informação confidencial de
trabalhos passados e mentiras sobre qualificações. Também é motivo para não
contratar, segundo os pesquisados, a falta de habilidade para se comunicar nas
redes sociais.
Para a presidente do grupo DMRH e colunista do Valor Sofia Esteves, um
exemplo comum de comentário em rede social que pode ajudar ou prejudicar,
dependendo da abordagem escolhida pelo usuário, é a crítica. Postar análises e
comentários construtivos e embasados passa a informação ao recrutador de que o
candidato sabe se comunicar. “Mas tem gente que exagera, usa palavra de baixo
calão, o que prejudica a imagem profissional”, explica Sofia. Falar mal de
empregadores anteriores e reclamar demais do emprego atual também são erros
graves, assim como criar um perfil em um site de relacionamento profissional
enquanto ainda está empregado e deixar transparecer que a única intenção é
procurar outra vaga. “Se você tiver dúvida se deve ou não postar algo, é preciso
se perguntar se você falaria aquilo ao vivo”, completa a consultora.
Estar presente nas mídias sociais apenas para “entrar na onda”, sem
compreender exatamente como utilizá-las, também pode causar prejuízos. “Se você
não souber se comunicar direito nas redes, melhor nem estar ligado a elas”,
explica a consultora sênior da DMRH Giuliana Hyppolito. Para ela, que é
responsável pela área de mídias sociais na DMRH, o melhor, nesse caso, é não se
expor.
Entre os recrutadores que dizem ter contratado pessoas depois do que viram
nas redes sociais, a pesquisa aponta que as principais razões foram a boa
impressão passada pelos perfis em relação à personalidade e organização, o fato
de o perfil confirmar as qualificações profissionais, mostrar criatividade, boa
comunicação e dinamismo, além de apresentar boas referências e prêmios recebidos
pelo candidato.
Mais de 90% dos recrutadores consultados dizem usar os sites de
relacionamento para pesquisar mais sobre os candidatos. Desses, quase metade
(47%) costuma fazer a investigação on-line logo após o recebimento do currículo.
Cerca de um quarto (27%) o faz depois da primeira conversa e 15% só checam as
redes sociais após seguidas conversas, que detalham melhor o perfil do
profissional.
Para detectar aspectos positivos ou negativos dos candidatos, 76% utilizam o
Facebook, 53% preferem o Twitter e 48%, o LinkedIn.