quinta-feira, 7 de julho de 2011

DONAS DO PEDAÇO: Mulheres são maioria no empreendedorismo regional

Por: Betto Aragão

Elas já somam 50% em todo Brasil. As mulheres empreendedoras estão ganhando o mundo dos negócios e revolucionando o mercado. O empreendedorismo feminino vem crescendo a passos largos, principalmente nas micro e pequenas empresas. Elas começam timidamente, mas quando se abre uma brecha logo é ocupada pelas empreendedoras que estão atentas ao mundo empresarial e as suas oportunidades. Foi pelas mãos das mulheres que o segundo maior Polo de Confecções do Brasil ganhou corpo e hoje orgulha toda região do Agreste de Pernambuco.

O Polo de Confecções que tem origem em Santa Cruz do Capibaribe surgiu a partir de possibilidades vislumbradas pelas mulheres da cidade que, percebendo a necessidade de ajudar na renda da família, encontraram em retalhos de tecidos uma forma de ganhar dinheiro e colaborar com seus maridos nas despesas caseiras. As peças eram produzidas de forma artesanal, mas que fomentaram o sustento de muitas famílias e o desenvolvimento da cidade e região.

Na Capital da Moda, como é conhecida Santa Cruz do Capibaribe, elas estão por toda parte e englobam todos os setores das empresas. Na maioria das micro e pequenas empresas são as mulheres que dão um toque a mais na produtividade. Fátima Ribas, confeccionista há 14 anos, revela que começou a atividade aos poucos, com apenas duas máquinas, sob impulso do tio do esposo dela. Hoje, a empresária percebe o empreendedorismo regional como desenvolvimento.
 
“A mulher empreendedora é um ponto muito forte. Aqui na nossa cidade, o destaque é para as mulheres que eu acredito que ultrapassam os 60%, e impulsionam o desenvolvimento de Santa Cruz do Capibaribe. A gente percebe que desde o início que foi a mulher que alavancou a economia da confecção, e eu atribuo às mulheres o privilegio que vivenciamos hoje, pois sabemos que a nossa cidade não está localizada em uma região muito privilegiada, mas a cidade deve muito à força da mulher”, explica.

Fátima enfatiza o poder do associativismo, onde ela consegue buscar ampliar seus contatos e buscar se desenvolver cada vez mais. A empresária revela que quando começou conseguia produzir apenas 100 peças por dia. Atualmente, sua fábrica produz em média 2 mil peças diariamente e escoa sua produção para todas as regiões do Brasil.
Atrelado a esse empreendedorismo forte da região, o associativismo também é muito forte entre as produtoras de vestuários. O presidente da Associação Empresarial de Santa Cruz do Capibaribe, Aroldo Ferreira, consegue perceber fielmente o sangue empreendedor na alma feminina. “Vejo o papel da mulher santa-cruzense de fundamental importância no processo do crescimento, reconhecimento e desenvolvimento do Polo de Confecções do Agreste, tendo em vista a força, determinação e garra presentes em nossas conterrâneas empreendedoras”, disse Ferreira.

De mulheres aguerridas de sucesso empresarial a cidade vai muito bem, mas uma das precursoras desse desenvolvimento é a empresária Vera Carvalho, que com mais de 20 anos empreendendo sabe do que é preciso para se manter no mercado. “Eu tenho muita dedicação e muito gosto pelo que eu faço. Cada dia que eu chego aqui é como se fosse o primeiro dia. É muito gratificante quando eu chego a qualquer lugar e vejo as pessoas usando a minha marca”, concluiu a empreendedora.