domingo, 18 de outubro de 2009

Otimismo, com o final do ano

A proximidade das festas pode ajudar a recuperar o fôlego

A realização da Copa do Mundo e das Eleições tornou o ano atípico, de alguma forma. Mas algumas ações foram determinantes para ajudar a criar uma certa fantasia na cabeça dos microempresários sobre o desempenho dos negócios. O SEBRAE detectou que 36% deles acreditavam no sistema econômico e estavam otimistas: 39% tinham expectativas de crescimento.

No começo do primeiro semestre, o consumo registrou desempenho positivo, o que favoreceu bastante as empresas de maior porte. "Havia maior oferta e melhores condições de crédito por conta da adoção de mecanismos de desconto em folha de pagamento - o crédito consignado -, para os bens de consumo duráveis, como veículos e eletrodomésticos, por exemplo", explica Pedro Gonçalves, economista do Observatório das Micro e Pequenas Empresas, do SEBRAE-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de São Paulo). "Somou-se a isso a inflação sob controle. Mesmo com as taxas de juros altas, não foi difícil para os pequenos empresários pensar que venderiam mais. Investiram e contrataram pessoal, mas a população se endividou e alocou o dinheiro disponível para o pagamento dessa dívida, ou seja, parou de consumir". E ainda devemos considerar a concorrência de produtos importados mais baratos, que afetou muito o comércio.

Com suas expectativas frustradas, os pequenos empresários demitiram. O SEBRAE-SP registrou, no primeiro semestre, o corte de 152 mil vagas. "Se no começo do ano, a expectativa dos empresários era de crescimento, agora é de manutenção ou estagnação (54%)", conta. E, assim, a conjuntura - que o empresário não pode controlar - criou um cenário sombrio, mas que poderia ser aguardado, de alguma forma. "É preciso estar preparado sempre", alerta Gonçalves. "E claro que, agora, é o momento de se atuar de forma emergencial, com uma gestão mais apurada dos recursos". E acrescenta: "E, ao lado da inflação controlada, a sazonalidade pode ser encarada como uma aliada: o final do ano é sempre um período bom para recuperação em função do 13º. salário, que torna os consumidores aptos a consumir novamente".

Fonte: universia.com.br