(Foto: Andre Lessa/Estadão)
Pequenos empresários
precisam de criatividade e improviso
para superar os
obstáculos ainda sem solução no segmento
ROBERTA
CARDOSO, ESTADÃO PME
Na
moda, usar a criatividade é fundamental. O requisito, básico para a concepção e
desenvolvimento de coleções, também tem outra função para pequenos
empreendedores que decidem investir no setor: a sobrevivência de suas marcas.
“O grande trunfo do estilista é usar a criatividade”, reforça Valdemar Iódice,
presidente da Associação Brasileira de Estilistas (Abest).
Estilistas
à frente de empresas de pequeno porte atuam em um setor que trabalha para
atender a produção em massa e, por isso mesmo, precisam buscar alternativas
originais para ganhar competitividade em um segmento onde as grandes marcas já
estão organizadas e amparadas por fundos de investimentos.
“O
mercado é dominado por empresas que fabricam tecidos em grande escala, como
Viscolycra. Para trabalhos mais autorais faltam opções sofisticadas”, analisa
Fernanda Yamamoto, dona de uma loja que leva o seu nome em São Paulo.
Uma
das saídas para os donos de pequenos negócios é unir-se com outras empresas,
garimpar oportunidades no setor e adaptar-se às coleções que serão produzidas.
“Fazer parcerias com malharias ajuda. Isso exige esforço de ambas as partes”,
afirma Fernanda Yamamoto.
Mas
até nessa estratégia há problemas. “Importar, às vezes, é a única solução, mas
o custo é alto e nem sempre podemos contar com o fornecimento de um mesmo
tecido, o que nos obriga a fazer edições limitadas”, conclui a estilista.
E
os obstáculos diários de quem atua no segmento interferem na administração dos
negócios. “É frustrante e torna a vida do profissional mais complicada. Não há
opções e existe demanda, existem clientes”, conta o estilista João Pimenta.
Especializado em moda masculina, João sente o impacto direto da falta de
preparo da indústria para atender as necessidades do mercado.
Fonte: Estadão PME