quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Estudo da Ceplan diz que Agreste já cresce mais do que o Estado


O Informe Especial da X Análise Ceplan, divulgado nesta quarta-feira, no Recife, traz elementos mais do que suficientes para comprovar que a economia de Pernambuco não está mais concentrada na sua capital, nem mesmo na Região Metropolitana do Recife. 

A expansão da economia vem se concretizando em pelo menos duas das doze Regiões de Desenvolvimento (RD) do Estado, o Agreste Central, onde a cidade de Caruaru forma um polo urbano com serviços e indústrias que atraem cada vez mais pessoas e novos negócios, e o Agreste Setentrional, onde Santa Cruz do Capibaribe revela a força dos micro e pequenos negócios de confecções.

Nestas RDs, o PIB tem crescido acima da média estadual, regional e nacional. No período entre 2000 e 2009, o aumento para o Brasil foi de 3,2%, para o Nordeste, de 3,6%, para Pernambuco, de 3,5% enquanto o Agreste Central cresceu 4,1% e o Setentrional, 3,8%. Os resultados são também auspiciosos com relação ao PIB per capita que se elevou em 3,0% no Central, e de 2,8% no Setentrional, superando as médias do Brasil de 1,9%, do Nordeste e de Pernambuco, ambas de 2,4%.

A tradicional informalidade dos polos do Agreste, especialmente no setor de confecções, vem sendo contornada pela formalização do emprego. Entre 2000 e 2010, o emprego formal cresceu 9,2% no Agreste Setentrional e 9,1% no Central.

Um dos reflexos do fortalecimento econômico destas RDs é o valor do repasse do ICMS estadual. Caruaru lidera o ranking, com o repasse de R$ 44 milhões em 2010. O segundo lugar é de Belo Jardim, com R$13,2 milhões, ambos municípios do Agreste Central. No Agreste Setentrional, a liderança é de Santa Cruz do Capibaribe, com R$ 7,7 milhões.

Mas o desenvolvimento econômico ainda não propiciou retorno social significativo para a população. Nas duas RDs, a média de domicílios vivendo abaixo da linha da pobreza é de 48%. Deste percentual, quase 20% vive na linha de indigência, ganhando até ¼ do salário mínimo. O analfabetismo também é alto, na média de 25%, contra 17,5% em todo o Estado. Nas RDs estudadas, quase 70% da população de 10 anos ou mais se declara sem instrução ou tem o ensino fundamental incompleto. A Análise Ceplan mostra ainda que estas regiões conseguiram melhorar seu perfil de desenvolvimento humano com impulso na área de saneamento, representado pelo aumento da rede de esgotos e de sanitários. Houve avanços na área social, mas os indicadores ainda se mantêm em patamares desafiadores.

Para a economista Tania Bacelar, os resultados encontrados no Agreste Central e no Setentrional revelam impactos positivos da BR 232 e de outros investimentos na malha viária da região, além da capacidade demonstrada por Pernambuco de atrair novos investimentos industriais, como a anunciada montadora de veículos para Caruaru. Fatores que contribuíram para o aumento da renda da população e que já são vistos no aquecimento do mercado imobiliário da região e nos setores de Educação – favorecido pela instalação dos campi universitários, e da saúde, com incremento de hospitais e clínicas.

Fonte: Blog de Jamildo