O
“Seminário de Moda do Agreste: Tendências, Comportamento e Consumo"
realizado pela Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), em Caruaru,
serviu de inspiração para profissionais do Polo de Confecções do Agreste
pensarem à frente da recessão econômica. Os palestrantes apontaram para o
investimento em criatividade, talento, qualidade de produto e identidade como
saídas para superar o momento de instabilidade. A plateia interagiu com os
convidados através de perguntas sobre estratégias que aumentem a
competitividade da região nos cenários nacional e internacional.
O
primeiro a subir ao palco foi o fundador da empresa Cobra D’água, Lucas Izoton.
A marca tem 25 anos de êxito no mercado, está presente em todo o
território brasileiro, com 150 escritórios de representação e 120 mil clientes lojistas.
O empresário apresentou o case de sucesso e comentou sobre a importância de
missão, valores, diretrizes e estratégias de gestão bem definidas. “Sou um
empreendedor que gosta de inovar e compartilhar o que deu certo e o que não deu
também. Os problemas econômicos ainda vão permanecer por um tempo, é preciso
ultrapassá-los e retirar todo o aprendizado deste período. Nós fazemos o
tamanho da crise, sejam otimistas e trabalhem muito. Tenham em mente que as
empresas devem melhorar a qualidade de vida das pessoas sejam funcionários,
parceiros ou fornecedores”, enfatizou.
Em
seguida, a consultora em Desenvolvimento e Adequação de Produtos e da
Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) Geni Rodio
avaliou a realidade da moda nacional, destacando os pontos fortes dos polos
têxteis, e internacional. Cultura da empresa, conhecimento da própria vocação,
manias que viram moda, perfil do comprador, ponto de venda e coleção ideal
também foram assuntos da palestra. “Nosso país é privilegiado por contar
com polos que têm uma cadeia produtiva tão completa, desde o fio até o produto
na vitrine. O produto é a parte fundamental de uma empresa e precisa atender
todas as necessidades do consumidor. O Brasil é um país desejado, referência em
cultura e estilo, nós precisamos investir mais nisso. Não existe a
possibilidade de crescimento sem pensar no mundo lá fora".
Encerrando
a noite, o renomado estilista Ronaldo Fraga apresentou uma amostra de seu
trabalho através de vídeos e comentários sobre o desfile “A Fúria da Sereia”,
da edição Verão 2016 do São Paulo Fashion Week (SPFW), e a coleção “Carneseca”,
da edição Inverno 2014 também do SPFW. “Todo o profissional de moda que pensa o
Brasil precisa conhecer Caruaru. Eu adoro esse lugar! Sobre a recessão, mais do
que nunca é importante investir em autoralidade, porque, nesta fase, é
antieconômico todo mundo usar a mesma cor da estação, a mesma forma, beber na
mesma fonte e o que tem acontecido é isso, por instabilidade e pelo medo, as
marcas estão todas se inspirando em produtos do Fast Fashion. O Fast Fashion
tem uma estrutura que grande parte das pequenos e médias, que são a maioria das
empresas daqui, não tem fôlego para acompanhar. É momento de autoralidade, de
indentidade, de reforçar o DNA de marca”, assegurou Fraga.
Fonte:
Assessoria