terça-feira, 11 de junho de 2013

Revolução na lingerie

Sessenta anos depois de paticamente ter desaparecido, a lingerie modeladora regressa em força às prateleiras da roupa interior feminina, sempre com o objetivo de criar uma silhueta atraente, mas em versões mais confortáveis e ainda mais sensuais.

“O shapewear é como um “fond de teint” para o corpo. Ora, não se sai de casa sem maquilhar, pois não?”, sustenta Edy Figini, responsável de marketing da fibra Lycra, estreitamente ligada a este tipo de vestuário íntimo. A lingerie modeladora “vai tornar-se um elemento incontornável em muitos guarda-roupas, como sucedeu com a roupa interior invisível”, acredita Geraldine Mazin, responsável de compras de lingerie nas Galeries Lafayette.

Os célebres grandes armazéns parisienses do Boulevard Haussmann acabam de inaugurar um novo espaço dedicado à lingerie onde cuecas, bodies, calções, leggins, etc. – todos modeladores – estão onipresentes. Objetivo: comprimir a barriga, afinar as pernas, estreitar as ancas, esculpir o rabo,…

Ressuscitada há três anos, esta lingerie é agora comercializada por diversas marcas, tanto de gama alta como do mercado de massas, em que o preço marca a diferença –  muitas centenas de euros na Agent Provocateur a poucas dezenas de euros na Etam.

Na década de 2010 “queremos estar bem torneadas. Esta lingerie proporciona uma silhueta mais bonita e por isso faz sucesso!”, explica Stella Cadente, designer e diretora criativa de várias marcas de lingerie. A marca Sans Complexe, “que faz muitos modelos modeladores, apresenta um crescimento de dois dígitos”, revela.

“Esta é uma verdadeira tendência de fundo que vai durar”, acredita Stella Cadente. “Mesmo que esse não seja o caso nas passarelas, na vida real, a tendência é para mulheres muito femininas, que assumem os seus corpos e querem valorizá-los”, acrescenta.

E as clientes não são unicamente as mulheres com curvas. “Há dois anos, no início da lingerie modeladora, não tínhamos tamanhos 36 nem 38 e depois apercebemo-nos que recebiam muitos pedidos, tantos como os tamanhos 42 e 44” conta Geraldine Mazin.

As mulheres usam cada vez mais este tipo de lingerie, segundo Edy Figini. “Há alguns anos, as clientes compravam esta lingerie para uma ocasião especial, sem estarem particularmente satisfeitas com o produto”, afirma. “Mas desde que se tornou confortável, tudo mudou”.

E os homens, no meio de tudo isto? “A mulher de 2013 compra lingerie para agradar-se a si própria”, assegura Geraldine Mazin. E a lingerie modeladora está cada vez mais feminina. “O look ortopédico acabou!”, sublinha Mazin.

Fonte: Portugal Têxtil