segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Moda inverno 2011: Tendências em um diário de inspirações

O ecletismo da moda anda lado a lado com as criações, designers, tendências e cores. Para se desenvolver uma coleção, os designers de moda fazem pesquisas até no imaginário popular. São inúmeras facetas que eles buscam para poder levar até o consumidor de moda algo que vá de acordo com o seu comportamento.

A Associação Empresarial de Santa Cruz do Capibaribe – ASCAP, promoveu na última semana, de 30/09 a 02/10, o curso Diário de Inspirações Moda Inverno 2011. O Diário atendeu a um público de empresários e criadores de moda da Terra das Confecções e cidades vizinhas. A Instrutora Fernanda Carlos é integrante do SENAI do Rio de Janeiro e percorre o Brasil com este curso. Confira a entrevista exclusiva, onde a designer fala sobre moda e comportamento.



Fernanda, para começar nossa entrevista eu gostaria que você falasse como está o mercado de moda hoje.



Fernanda Carlos - O mercado se comporta hoje de uma forma muito eclética. E a empresa para sobreviver é preciso entender desse ecletismo. É preciso entender o comportamento do consumidor, então é preciso que a empresa invista nesse tipo de pesquisa, na pesquisa com o cliente, na pesquisa do que está acontecendo ao redor do mundo, no que está acontecendo nos aspectos tecnológicos e econômicos.



E qual será a preocupação que o empresário deve ter na hora dessa pesquisa?

Fernanda Carlos - Olha, quem se preocupa só com a forma da manga, com a cor, com o tecido, não vai conseguir produzir um produto diferenciado. O que é que o mercado busca hoje em dia é ser surpreendido. O consumidor compra muito mais pela emoção do que pela necessidade de ter alguma coisa. Então o empresário que investir em pesquisa comportamental e conceitual do que ele quer passar para o cliente, ele vai conseguir se destacar.



O Polo de Confecções do Agreste é muito forte, mas ainda muitos empreendedores fazem sua produção com base em cópias. Qual a sua visão sobre isso?



Fernanda Carlos - Eu vejo que existe mercado para todos. Mas, aqueles que estão prospectando um crescimento, que querem ter um conceito de moda, uma marca de moda, e não meramente vender produtos, acabam buscando se aperfeiçoar e aqueles que não visam isso acabam brigando por preços. Eu tive uma experiência recentemente em um Polo do Rio de Janeiro, onde tem empresas que se destacam, estão sempre lançando algo diferente e outras que são copistas. Elas vão à empresa que está se destacando, compram a peça e copiam, mas as empresas de destaque já lançam outra novidade. Então o que acontece, as copistas estão sempre atrás.



Qual a importância de um curso como o Diário de Inspirações para o Polo do Agreste?



Fernanda Carlos - Toda informação é importante. O nosso conceito de trabalho é muito inovador e não é todo mundo que alcança, porque a gente trabalha na conceituação dessa coleção. Pernambuco é um Estado riquíssimo intelectualmente. As empresas que se destacam mais, podem buscar essa inspiração nessa veia cultural que Pernambuco tem.



Os profissionais da moda trabalham muito em cima de conceito e tendências. Como saber se tal tendência dará certo?

Fernanda Carlos - Nós não temos como saber se vai emplacar ou não. Mas, é preciso que a sua marca tenha um conceito bem estabelecido no mercado e isso ser passado para o seu público alvo. Eu costumo dar o exemplo da Osklen. A Osklem tem o conceito dela estabelecido como marca, que as pessoas já conhecem que é uma marca de gente esportista, gente chique. E quando ele lança sua coleção é tudo baseado em seu público. Então não existe essa coisa de supor, eu não posso dizer se A ou B apostando nessa informação vai vender ou não, porque eu não sei se o público dele veste isso ou aquilo.



Qual o conselho que você deixaria para o empreendedor de Santa Cruz do Capibaribe?



Fernanda Carlos - Profissionalizem-se! Preocupe-se com a profissionalização das suas empresas. Graças a Deus a moda virou moda, existem muitas faculdades de moda, muitos designers se formando e já que tem mercado, vamos absorver estes jovens profissionais e procurar trabalhar com essa forma de pesquisa, aqueles que querem ter um diferencial de marca e de produto.

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