quinta-feira, 27 de maio de 2010

A necessidade de fortalecimento da indústria

Texto de Maurício Assuero
do Vanguarda de Caruaru

As atividades econômicas são, genericamente, classificadas como indústria, comércio e serviços. Algumas cidades possuem um perfil específico de uma das atividades, como por exemplo, a cidade de Olinda, que não tem perfil industrial, mas se sobressai muito bem na exploração do comércio e dos serviços principalmente ligados ao turismo.

Tanto comércio quanto serviços são atividades de suma importância para qualquer economia, no entanto, nenhuma delas usa a tecnologia necessária para a produção industrial. O comércio atua como uma ponte entre a indústria e o consumidor. É um setor no qual a receita bruta é elevada, mas os custos dos produtos vendidos correspondem a quase 70% dessa receita, de modo que o lucro bruto é pequeno e ainda tem de remunerar as despesas administrativas, operacionais, financeiras e comerciais, de modo que o lucro líquido acaba se situando em algo em torno de 5 a 7% da receita bruta. No caso dos serviços a conta é ainda mais difícil de ser fechada, porque o setor depende quase sempre da mão-de-obra.

O setor industrial é responsável pela transformação da matéria prima em produto acabado e para isso usa uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de qualquer economia, que é a tecnologia. E para se ter tecnologia é necessário investir em pesquisa e desenvolvimento. Também é preciso ter pessoas qualificadas e bem remuneradas por essa razão o custo da tecnologia é expressivo e não está ao alcance de qualquer economia.

Para se ter uma ideia da importância da tecnologia, vamos considerar duas economias: uma produz bananas e a outra produz computadores. Agora se pergunte: quantas bananas deveriam ser produzidas e vendidas para comprar um computador? Quantas bananas poderiam ser compradas produzindo e vendendo um computador? Sendo assim, todas as economias deveriam produzir computadores. Nada disso! O que existe na realidade é a especialização. Ou seja, a economia se especializa naquilo que ela tem vantagem comparativa, isto é, vai produzir aquilo que tem um menor custo de produção. É isso que faz pensar que precisamos incentivar mais na produção industrial.